Ensaios realizados em laboratório apontam diferença de qualidade entre amostras ensaiadas e os equipamentos comercializados.
Imagem: Divulgação
Durante sua palestra na Intersolar South America, em 28 de agosto, João Lucas de Souza Silva, pesquisador da Unicamp, destacou que o LESF-MV - Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos Marcelo Villalva, da Unicamp, identificou que muitos módulos fotovoltaicos comercializados no mercado apresentam potência inferior à especificada em seus datasheets.
Ele também chamou atenção para a ausência de testes de confiabilidade e durabilidade nos padrões atuais do Inmetro, sem os quais não é possível garantir que um módulo aprovado tenha a vida útil de 25 anos prometida.
Os testes realizados pela Unicamp também revelaram que muitos módulos disponíveis no mercado são fabricados com vidro que não resiste ao teste de carga mecânica, sendo destruído com poucas exposições.
“Alguns fabricantes estão comercializando módulos com vidros que não são temperados. Isso é um problema grave”, alerta Silva.
O pesquisador sugere ampliar o escopo de testes para certificação e implementar os ensaios previstos pela IEC no Brasil, mas reconhece os desafios dessa iniciativa, como a escassez de laboratórios qualificados e os altos custos envolvidos.
“O laboratório de certificação de módulos fotovoltaicos da Unicamp é o único na América Latina capaz de realizar uma ampla gama de testes, incluindo testes de potência e confiabilidade. Então, seria complicado o Inmetro exigir isso neste momento”, pondera.
O pesquisador enfatiza ainda a necessidade urgente de fiscalização no setor, já que, frequentemente, as características técnicas das amostras enviadas para os testes não são as mesmas dos equipamentos que estão sendo comercializados no mercado.
A partir de uma pesquisa, o laboratório da Unicamp definiu alguns testes fundamentais para avaliar a qualidade dos módulos fotovoltaicos, como o de ciclo térmico, damp heat (que submete o módulo a calor e umidade simultaneamente), hotspot, de diodo de bypass, carga mecânica estática, PID, além de testes de eletroluminescência e carga dinâmica.
Outra iniciativa do laboratório é a formação de um grupo com representantes do Inmetro e de empresas fabricantes de módulos, visando discutir os próximos passos para aprimorar a certificação de módulos fotovoltaicos no Brasil.
Fonte: Fotovolt
Comentarios