Presidente da Absolar defende a inclusão de atributos ambientais para as fontes de energia no setor elétrico brasileiro.
Imagem: Divulgação
Durante a abertura do congresso Intersolar South America, em 27 de agosto, o presidente da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia, criticou a estratégia governamental que privilegia as fontes fósseis em detrimento das renováveis.
De acordo com ele, baseado em um levantamento do Instituto Nacional de Estudos Socioeconômicos, para cada R$ 1 investido pelo Governo Federal em políticas públicas voltadas às fontes renováveis, outros R$ 5,60 foram destinados às fontes fósseis, consideradas mais poluentes, nos últimos cinco anos.
“Precisamos equilibrar os pratos dessa balança para que a transição energética ocorra a tempo de evitar os piores impactos das mudanças climáticas”, afirmou.
Sauaia também alertou sobre a pressão para encerrar os incentivos às energias renováveis, enquanto, por outro lado, não há previsão de término dos subsídios direcionados às fontes fósseis.
“É fundamental que esse debate também aborde as fontes poluentes e emissoras de gás de efeito estufa”, enfatizou.
Além disso, ele destacou que o setor elétrico brasileiro ainda não incorporou atributos ambientais nas tarifas das diferentes fontes de energia.
“Atualmente, 1 kWh de energia elétrica de uma termelétrica fóssil não inclui nenhum custo ambiental calculado, e o kWh gerado por uma usina renovável não recebe nenhum benefício ambiental relacionado à energia limpa.
Esperamos que a Aneel retome o processo de calcular esses custos e benefícios”, acrescentou o presidente da Absolar.
Apesar dos desafios, Sauaia observou que o mercado solar continua sua trajetória ascendente.
Ele mencionou que as projeções indicam que a energia fotovoltaica se tornará a principal fonte da matriz elétrica brasileira até 2050, representando cerca de 30% da potência instalada total.
Um dos principais fatores para essa evolução, segundo ele, é a redução no custo da tecnologia.
“No ano passado, o preço dos módulos fotovoltaicos caiu quase 50% no mercado internacional, tornando essa fonte ainda mais competitiva”, destacou.
Globalmente, a expectativa é que 2 TW de energia solar estejam em operação até o final de 2025.
De acordo com o estudo Global Market Outlook, lançado este ano, a marca de 5 TW de geração fotovoltaica deverá ser alcançada até 2028.
Fonte: Fotovolt
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